Da Redação – UOL Educação – 22/03/2013 – São Paulo, SP
Grande problema do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é o gigantismo, afirma o especialista em avaliação e professor aposentado Rogério Chociay, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) na edição desta sexta-feira (22) do Podcast da Unesp.
Esse gigantismo cria sério empecilho na questão do treinamento das bancas – da escolha e do treinamento. Em tese, os profissionais que corrigem redações têm de ser altamente competentes em ensino e em correções, disse o docente.
Para ele, se estão passando erros graves de ortografia e gramática, e os corretores são desse tipo (altamente competentes), o que deve ser aperfeiçoado é o treinamento.
Foram acionados cerca de 5.300 corretores para o Enem 2012 — que receberam R$ 2,35 por redação corrigida. Segundo o Inep, cerca de 300 profissionais foram afastados por má qualidade.
Ruim para qualquer vestibular
Segundo o especialista, o texto em que o aluno insere a receita de miojo `na maior parte dos vestibulares do Brasil tiraria zero. O Inep, por meio de seu presidente (Luiz Cláudio Costa), defende que a redação tinha apenas uma inserção indevida mas atendia a outros critérios exigidos pelo exame. Na quinta, o presidente anunciou ainda a pretensão de anular provas com esse tipo de gracinha.
Para explicar a anulação do texto, o especialista da Unesp evoca a definição de que o texto deve ser considerado uma peça em sua totalidade. Numa redação como esse, ele [o inscrito] destruiu seu texto.
Uma redação como esta [corrigida da maneira, com nota 500 numa escala que vai até 1.000] coloca em xeque os próprios critérios adotados, afirma Rogério Chociay.
Segundo Luiz Cláudio Costa, o edital do Enem 2012 não previa anulação por conta desse tipo de desvio no texto.