PORVIR – 13/06/13 – POR VAGNER DE ALENCAR
Vários estudantes, ao terminar o ensino médio, têm uma dúvida cruel ao ter de escolher o que fazer na universidade. Outros tantos, ao entrar no curso, percebem que não era bem aquilo que queriam. Um empreendedor da África do Sul elaborou uma solução para ajudar jovens que querem se descobrir e descobrir o mundo para, então, fazer uma escolha de carreira mais qualificada. O projeto SI Explorers é um tour educativo imersivo que percorrerá seis países na África, Ásia e Américas durante sete meses no ano que vem. Em cada parada, os alunos-exploradores aprenderão a partir do contato com especialistas e profissionais de universidades, institutos de ensino e ONGs locais.
“Dar aos jovens a oportunidade de aprender de uma forma diferente, sem salas de aulas ou uma grade pré-estabelecida, é uma maneira de fazê-los escolher o que e como querem aprender”, afirma o criador do projeto Luke Metelerkamp, que atualmente vive na África do Sul. Depois de se formar em artes e aprender fotografia, ele decidiu fazer um mestrado em desenvolvimento sustentável e levar adiante a ideia dos roteiros internacionais de aprendizagem. A jornada educativa desenhada por Metelerkamp parte da África para a Ásia, desembarcando nas Américas.
No início da jornada, em Moçambique, os jovens aventureiros treinarão o controle da mente por meio de mergulhos no Parque Nacional Kruger. Em Johanesburgo, os viajantes aprenderão sobre a economia mais ascendente do continente, além de atravessar outras regiões desérticas para colocar à prova o corpo e a mente por meio de atividades como fazer rapel, caminhar e pedalar. Em outros momentos de estadia na África do Sul, a sala de aula será a selva intocada e as aldeias rurais, onde terão contato direto com a cultura local e trabalharão em um projeto comunitário em Limpopo, cidade que carrega o nome do segundo maior rio da região.
Enquanto isso, no continente asiático, os jovens escalarão as montanhas do Himalaia, considerada a cadeia montanhosa mais alta do planeta, e conhecerão a cultura budista, suas práticas, crenças e tradições. O roteiro continua pela Índia, o segundo país mais populoso do mundo, onde os viajantes estudarão sobre suas diferentes línguas, além de sua história e economia em ascensão.
Pela América, visitarão a Califórnia, o Vale do Silício e São Francisco, nos Estados Unidos, para percorrer as cidades que são referência em inovações em tecnologias. Um pouco mais abaixo, na Costa Rica, a intenção será vivenciar práticas ligadas ao meio ambiente. “Acredito que essa maneira transdisciplinar de adquirir conhecimento combina com temas que realmente nos põem em contato com o mundo real e nos torna mais do que meros alunos, mas como professores, sem o aprisionamento de uma aula de aula tradicional”, afirma Metelerkamp, que viaja o mundo por meio doThe Sustainability Institute, organização para a qual trabalha como pesquisador e que oferece cursos de pós-graduação em desenvolvimento sustentável.
“Percebi que eu estava aprendendo muito sobre essas viagens e que elas estavam diretamente relacionadas à minha formação. Pensei comigo mesmo: ‘Por que não podemos começar a usar esses lugares incríveis para ensinar aos alunos sobre como tornar o mundo um lugar melhor?’.
Para participar da experiência é preciso desembolsar um valor um tanto salgado (US$ 20.000, fora os gastos adicionais, com viagens, hospedagem e alimentação). As inscrições estão abertas até setembro. Há uma opção mais barata, com o mesmo espírito da exploração, mas que vai a menos países. Em agosto e setembro deste ano, acontecem os primeiros roteiros – já com vagas preenchidas –, para a Índia e o Nepal. Os aventureiros passarão um mês em cada país. O minitour é destinado especialmente a grupos escolares, estudantes de graduação ou quaisquer profissionais interessados na experiência. “Um brasileiro, inclusive, irá para nosso tour ao Nepal. Queremos que mais brasileiros participem dessa experiência”, diz.