Aulas podem ser vistas como uma resposta a necessidades pontuais das companhias, diz especialista
SÃO PAULO – Cursos virtuais de curta duração têm sido a estratégia adotada por empresas que querem capacitar seus profissionais sem lhes ocupar demais. “Percebemos que quanto menor for o tempo de duração, maior é a adesão”, diz Marcele Correia, superintendente da área de pessoas do Itaú Unibanco, que tem um catálogo com mais de 500 capacitações e atinge 100% dos funcionários.
“Já fiz cursos de liderança, atuação em equipe, uso consciente do dinheiro. Você acaba ficando mais preparado quando faz essas aulas”, afirma Livia Yaroussalian, que já fez cerca de dez módulos online desde que começou a trabalhar no banco, em 2012.
Enquanto alguns cursos são obrigatórios para determinadas funções, como os que promovem treinamentos sobre uma área específica, produtos ou serviços da companhia, outros são livres e abertos a qualquer empregado que queira se inscrever: inglês, gestão do tempo ou como lavar as mãos.
Este último exemplo incomum compõe o programa ofertado pelo Hospital Albert Einstein, que conta com uma média de 12 mil participações por mês e módulos com uma carga horária entre 15 e 60 minutos. Além de treinar os próprios funcionários, o hospital decidiu ampliar parte das 518 lições a profissionais de outras instituições. “Atualmente são 30 cursos gratuitos abertos ao público e daqui a um ano pretendemos chegar a 200”, revela o diretor de ensino do hospital, Felipe Spinelli.
“A área de educação tem de atender à necessidade do negócio”, afirma a gerente de educação e desenvolvimento de pessoas da Vale, Desiê Ribeiro. A empresa também vem desenvolvendo treinamentos sob demanda e conta com mais de 400 cursos online disponíveis a todos os empregados do Brasil.
Mas é preciso entender que tais cursos respondem a necessidades pontuais das companhias e não devem ser confundidos com qualificações formais de um processo educacional, destaca o especialista em ensino técnico e professor da Universidade Feevale, Gabriel Grabowski. “A lógica é mais mercadológica. Precisamos ampliar essa experiência, mas termos consciência de seus limites.”