22 de junho de 2014 – Fonte: O Globo (RJ)
Participação e inclusão na sociedade, igualdade de oportunidades, acessibilidade e não discriminação. Temas inerentes aos direitos humanos e à diversidade vêm ganhando espaço na sociedade e, consequentemente, nas universidades, que começam a oferecer programas de pós-graduação para preparar profissionais de diferentes áreas do conhecimento, na perspectiva da Educação inclusiva.
É o caso da Universidade Federal Fluminense (UFF), que começou a oferecer, em 2013, o mestrado profissional em “Diversidade e inclusão”. A proposta, explica a coordenadora do curso, Cristina Delou, é qualificar o Educador, com as ferramentas da pesquisa científica, para transformar a sala de aula num espaço mais inclusivo.
– As medidas de inclusão começaram com a Declaração de Salamanca (resolução da ONU, que trata dos princípios, política e prática em Educação especial), há 20 anos, mas não temos pessoas formadas para fazer a inclusão acontecer. A partir de políticas públicas mais recentes, a população está descobrindo que tem direito à Escola, mas muitas instituições de Ensino ainda se perguntam se têm a obrigação de receber esse ou aquele tipo de Aluno – ressalta Cristina.
inscrições até terça
O programa, que está com edital aberto para a próxima turma (as inscrições terminam nesta terça, dia 24), trabalha com quatro linhas de pesquisa: 1) altas habilidades e notório saber; 2) necessidades especiais: síndromes e transtornos; 3) produção de materiais e novas tecnologias e 4) interdisciplinaridade e questões de Ensino. Como se trata de um mestrado profissional, o Aluno deve apresentar dissertação sobre um produto desenvolvido (materiais didáticos, manuais, planos de trabalho, vídeos e sofwares, por exemplo).
A Professora Aimi Tanikawa, funcionária da Fundação municipal de Educação de Niterói, é uma das mestrandas. Na sua pesquisa, são utilizados dois jogos eletrônicos com o objetivo de estimular o desenvolvimento no processo de leitura de Alunos com deficiência intelectual:
– Minhas expectativas são atuar na formação de Professores e desenvolver pesquisas que promovam a participação efetiva de Alunos com deficiência no processo de aprendizagem.
Já a Universidade de São Carlos (UfSCar), considerada referência na área, oferece um programa de mestrado e doutorado acadêmico em Educação especial com cinco linhas de pesquisa: 1) aprendizagem e cognição de indivíduos com necessidades especiais; 2) currículo funcional: implementação e avaliação de programas alternativos de Ensino; 3)práticas educativas: processos e problemas; 4) atenção primária e secundária em Educação especial: prevenção de deficiências e 5) produção científica e formação de recursos humanos em Educação especial.
A coordenação do programa ressalta que a falta de Professores do Ensino superior devidamente preparados e de material didático acessível tem dificultado a implantação da recomendação governamental de inserção, nos currículos dos cursos de graduação, de disciplinas relacionadas à área. Esttas são, portanto, áreas potenciais de atuação para os egressos da pós-graduação.
Considerando a importância do trabalho psicopedagógico, especialmente no momento em que a nova legislação educacional o regulamenta, a Universidade Veiga de Almeida (UVA) oferece o curso de pós-graduação em “Psicopedagogia institucional e Educação especial”, que tem o objetivo de capacitar profissionais a analisar, diagnosticar e intervir para o sucesso dos processos de aprendizagem. As aulas da próxima turma terão início em setembro, no campus Barra.
Diagnóstico e prevenção
No formato de Ensino à distância/semipresencial, a Unirio tem, em sua grade, a pós em “Educação especial”, dividida em três áreas: deficiência mental, auditiva e visual. A Professora Lucia Perez, uma das coordenadoras, explica que essa é a primeira turma, desde que o curso foi criado, em 2005, que funciona com a divisão.
– Ficou patente que essas três áreas têm muitas especificidades e, nesse formato, poderíamos proporcionar uma formação mais aprofundada. De acordo com as avaliações que estamos fazendo, foi uma boa decisão – afirma Lucia.
A AVM Faculdades Integradas, em parceria com a Universidade Cândido Mendes, por sua vez, oferece a pós-graduação em “Educação especial e inclusiva” nas duas modalidades: presencial e à distância. Segundo o diretor da AVM, o Professor Fernando Aduini, o programa visa a aprofundar conhecimentos nos níveis de diagnóstico, prevenção, currículo e tecnologias assistivas, e aborda metodologias de Ensino e aspectos político-culturais da inclusão, entre outros temas.