BOLETIM NO. 19

Jantar de confraternização

Fim de ano, festas, correria, preparativos para o início de um novo ano, reuniões de fechamento do ano, contatos com a editora, reunião com a diretoria…

– Que tal fazermos um jantar de confraternização convidando os associados da ABRALE?
– É interessante, mas nós já estamos cheios de trabalho.
– Precisamos reunir nossos colegas não só em assembléias e reuniões, mas também em encontros mais descontraídos e agradáveis. Um bom jantar, bate-papo com os amigos ou outra forma de convivência…
– Ok, vamos em frente!

Esse diálogo poderia ter terminado de forma diferente e a proposta de confraternização não se realizar. Ainda bem que não foi assim.

No dia 07 de dezembro, sexta-feira, na cantina Vecchio Punto, cerca de 50 pessoas, entre autores e acompanhantes, conversavam animadamente sobre a vida, as lembranças do passado e as perspectivas futuras. Houve até discursos – bem curtinhos, diga-se de passagem – do professor Scipione e da professora Vera.

Momentos agradáveis como esse ajudam não só a estreitar nossas relações profissionais de associados da ABRALE, mas também a reforçar os laços de amizade. O sucesso foi tanto que já estamos esperando o próximo encontro: o almoço do dia 06 de abril, após a palestra sobre direito autoral. Contamos com sua presença.

Do útil ao agradável

1. Após o Seminário sobre Direitos Autorais de 1 de setembro de 2001, ficou claro para a Diretoria da Abrale que nós, os autores de Livros Educativos, temos muito a aprender sobre alguns direitos essenciais dos autores e que, entre tais pontos, é preciso aprofundar uma questão que nos envolve diretamente: o contrato de edição.

Para nos ensinar a respeito, convidamos a Dra. Maria Luiza de Freitas Valle Egea, especializada em Direitos da Propriedade Intelectual, e membro do Instituto Interamericano de Direito de Autor, IDA. Tem atuado como Participante Oficial em eventos internacionais e em Congressos e Seminários sobre Propriedade Intelectual, desde 1994, organizados pelo IDA, Associação Brasileira de Propriedade Intelectual – ABPI e Associação Brasileira de Direito de Informática e Telecomunicações – ABDI. Como conferencista, tem ministrado cursos a profissionais de diversas entidades, como a Câmara Brasileira do Livro, Associações de Magistrados e de Editores.

2. O ambiente agradável do jantar de final de ano mostrou-nos a importância de criar oportunidades para que nós, os abralistas, em ambiente descontraído, reforcemos nossos laços pessoais e institucionais.Foi por isso que resolvemos unir o útil ao agradável, com o almoço simples, mas saboroso que será servido pelo Bufê Lefèvre às 12h30min, após o evento sobre o Contrato de Edição.

Temos certeza de que sua participação fará do evento um sucesso!

 

Livro didático, professor e autor

Kazumi Munakata

Autor do Telecurso Primeiro Grau – História e professor do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, da PUC-SP

Em 2001, no Dia do Professor (15 de outubro), o ministro Paulo Renato, da Educação, tentou inaugurar em Brasília um megaevento a que deu nome de “Congresso Brasileiro de Qualidade na Educação”. Cerca (ou mais) de 2000 pessoas receberam passagem aérea, hospedagem (inclusive num hotel de Naji Nahas, interditado por causa de irregularidades, mas que funcionava graças a um recurso), alimentação, traslado e um kit com mochila, folhetos, folders, cadernos, programação, camiseta, caneta, bottom – o que certamente deixou muita gente feliz e contente. Poderia ter sido um excelente palanque para o pré-lançamento da candidatura do ministro à Presidência da República, se não fosse um pequeno detalhe: os professores e os funcionários das universidades federais estavam em greve e promoveram uma manifestação que estragou toda a festa.

Eu havia sido convidado para falar no dia seguinte sobre livro didático e formação dos professores. Iniciei a minha conversa solidarizando-me com os companheiros das federais, pois acredito que a qualidade na educação, como propunha o tema do festival do ministro, passa necessariamente pela valorização do magistério em todos os níveis. Esse também foi o mote da minha palestra, em que procurei mostrar que o livro didático, que historicamente nasce com a escola moderna como um de seus dispositivos indispensáveis, não pode, por isso mesmo, ser desqualificado como uma mera muleta do professor preguiçoso e mal-formado. Se o livro assume a função de muleta, isso se deve a toda uma política educacional que relega a formação do professor ao abandono ou, agora que a lei exige a formação universitária, aos cursos de curta duração, verdadeiros caça-níqueis cuja proliferação é incentivada pelo MEC.

Enquanto o livro didático for entendido como muleta e o professor, como um incapaz descartável, o livro dificilmente será considerado um recurso a ser utilizado pelo professor, como entendiam Olavo Bilac e Manoel Bonfim, em Através do Brasil, um clássico da literatura didática brasileira, cuja primeira edição é de 1910:

Como fonte de conhecimentos, a verdadeira enciclopédia do aluno (…) é o professor. É ele quem ensina, é ele quem principalmente deve levar a criança a aprender por si mesma (…).

Segundo este modo de entender o ensino, o nosso livro de leitura oferece bastantes motivos, ensejos, oportunidades, conveniências e assuntos, para que o professor possa dar todas as lições, sugerir todas as noções e desenvolver todos os exercícios escolares, para boa instrução de seus alunos (…). (“Advertência e explicação”, em Através do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 45.)

Não é essa a orientação do MEC, que segue o receituário do Banco Mundial, cuja política é assim explicada por Rosa María Torres:

A proposta de privilegiar o texto escolar baseia-se em duas teses centrais: (a) os textos escolares (…) constituem em si mesmos o currículo efetivo (tese que, por sua vez, supõe um determinado tipo de texto, programado, auto-instrutivo); e (b) trata-se de um insumo de baixo custo e de alta incidência sobre a qualidade da educação e o rendimento escolar. Em ambos os casos, o que está em jogo, explícita ou implicitamente, é outra falsa opção: textos escolares versus professores. (Torres, Rosa María. “Melhorar a qualidade da educação básica? As estratégias do Banco Mundial”. In: De Tommasi, Livia; Warde, Mirian Jorge; e Haddad, Sérgio [org.]. O Banco Mundial e as políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 1998, p.156.)

Tal orientação fica bem evidente quando se examina a série de avaliações do livro didático realizadas pelo PNLD: sistematicamente não é levado em conta que o livro didático é para ser usado pelo professor; avaliando-se apenas a qualidade intrínseca das obras. Em outras palavras, para o MEC, o bom livro é aquele que dispensa o professor que, quando muito, assume o papel de “passador” das lições. Isso acontece em livros em que o texto, sem pedir licença para o professor, já vai solicitando do aluno pesquisas, discussões, reflexões etc. e chega a sugerir que se consultem professores de outras disciplinas – o que, convenhamos, é bastante desrespeitoso para com os profissionais da educação.

Confesso que o meu único livro “quase didático” estava repleto desses elementos. Posso justificar dizendo que era uma publicação que fazia parte de um projeto de educação a distância, não-escolar, com postos de recepção onde não havia professores, mas apenas monitores. Em todo caso, era já um projeto que tinha como pressuposto a inutilidade dos professores, substituíveis por um material impresso e programas de TV – e isso me deixa hoje profundamente desconfortável.

Se apresento essas questões é por acreditar que o autor de livro didático é necessariamente um educador, que deve levar em conta a relação do seu trabalho com o trabalho do professor. Como sugestão, gostaria de pedir que a Abrale organizasse uma ampla discussão a esse respeito.

 

Pirataria: educar, taxar ou reprimir?

Há uma pirataria desenfreada no país, em vários segmentos da economia. Softwares, cds, cigarros, fitas de vídeo, bebidas, roupas etc., são pirateados, lesando em milhões de reais os produtores e seus associados.

Os livros não estão imunes a essa doença. Milhares de cópias são tiradas sem licença, causando sérios prejuízos a editores e autores. São copiados livros de todos os tipos: didáticos, literários, científicos, artísticos.

Essa transgressão é muito comum nas universidades, mas não só. Em quase todos os centros universitários há uma salinha destinada à pirataria, que, muitas vezes, é estimulada, talvez inadvertidamente, por docentes do mais alto nível.

Há lugares em que uma loja, aparelhada por copiadoras, oferece à venda cópias encadernadas de livros inteiros.

Toda essa prática, além de não remunerar os que investiram na publicação do livro e os que dedicaram horas e horas à sua criação, tem como efeito colateral diminuir as tiragens das editoras e, em conseqüência, encarecer o livro.

Por tudo isso, é fundamental que apoiemos os esforços da ABDR no sentido de educar as pessoas quanto aos danos da pirataria, taxando esse comércio em benefício dos prejudicados e promovendo a repressão policial aos recalcitrantes.

Em tempo, após pesquisa, achamos estranho que editoras importantes como Acess, Atual, Base, Bluhm, Consultor, Dimensão, Educarte, Formato, Guanabara Koogan, Lago, Lê, Nova Fronteira, Nova Geração, Novo Milênio, Quinteto e Saraiva não sejam afiliadas da ABDR.

 

Relação dos autores mais copiados

Em fevereiro de 2002, recebemos um levantamento estatístico baseado nos casos de pirataria detectados em apreensões judiciais obtidas por meio da ABDR. Segue a lista de autores mais roubados:

A. Aron M. Tenenbaum et al., Acácio Feliciano Neto, Adair Luiz S. Busato, Adilson Citelli, Adolfo Sanches Vasquez, Aguinaldo de Freitas, Airton Melo, Alan F. Chalmers, Alda Zaluar, Aldo Beraldo, Alexandre Assaf Neto, Alfredo Boulos Jr., Álvaro de Moya, Álvaro Villaça Azevedo, Amado L. Cervo, Amador Paes de Almeida, Amaury Patrick Gramaud, Amitai Etzioni, Ana Carla, Ana Fernanda Gomes Ascencio, Ana Lucia Nemi, Ana M. Bahia Bock, André F. Montoro, Andrew S. Tanembaum, Andrey L. Companion, Antony Sampson, Antonio A. Crespo, Antonio C. Zanini, Antonio Carlos Gil, Antonio Cesar Amaru Maximiano, Antonio Cláudio da Costa Machado, Antonio da Costa Ciampa, Antonio Galvão Novaes, Antonio J. Severino, Antonio José Sandmann, Antonio Lopes Monteiro, Antonio Luiz Machado Neto, Antonio Maximo Ribeiro da Luz, Antonio Pedro, Antonio Soares Amora, Antonio Vieira de Carvalho, Antonio Xavier Teles, Aparecida de Paiva Buischi, Arabela Campos Oliven, Araken de Assis, Aramy Dornelles da Luz, Ariovaldo U. de Oliveira, Armando Santana, Arnold A. Lazaruz, Arnold Wald, Aroldo Rodrigues, Arruda Alvim, Arthur C. Guyton, Athos Gusmão Carneiro, Augusto Boal, Augusto Gonçalves, B. Joseph Pine, Benedito Nunes, Benedito Silverio Ribeiro, Benevides Pinho, Boris Fausto, Bruce Alberts, Caio Prado Jr., Carl R. Rogers, Carlos Alberto Álvaro de Oliveira, Carlos Alberto Dabus Maluf, Carlos Alberto Faraco, Carlos Eduardo Ferraz, Carlos Eduardo Francischone, Carlos Patricio Samanez, Carlos Walter Porto Gonçalves, Celso Furtado, Celso Ribeiro Basto, Celson Ferrari, Cesar A. Tiburcio Silva, Cesar Coll, Cesar Roberto Bitencourt, Christiane Gade, Ciro Marcondes Filho, Clara Regina Rappaport, Claudia L. F. Davis, Claudino Piletti, Clovis Rossi, Cristina Costa, D. Haliday, Damasio E. de Jesus, Daniel Augusto Moreira, Darcy Azambuja, David F. Rogers, David R. Hampton, Demerval Saviani, Demetrio Magnoli, Diane F. Eaton, Dirce B. Guedes, Diva Marilia Flemming, Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira, Domingos de Azevedo, Domingos Paschoal Cegalla, E. K. Hunt, Earl W. Swokowski, Edson Cosac Bortolai, Eduardo Marcondes, Eisberg Resnick, Elcias Ferreira da Costa, Elenice A. Nogueira Gonçalves, Eliana A. Cardoso, E. De Robertis, Eliseu Martins, Emico Okumo, Emilia Viotti da Costa, Ernani Terra, Eunice L. Kwasnicka, Eva M. Lakatos, Evaldo Vieira, Fabio Nusdeo, Fabio Ulhoa Coelho, Faith Popcorn, Fausto Boris, Ferdinand Pierre Beer, Fernando de Castro Velloso, Fernando Motta, Flavio Danni Fuchs, Flavio Vellini Ferreira, Florival Caceres, Francisco Antonio de Oliveira, Francisco C. Weffort, Francisco de Assis Silva, Francisco Iglesias, Francisco Mochon, Francisco Ramalho Jr., Francisco T. Todescan, François Laplantine, Friedrich Nietzsche, G. P. Mcgivney, Gareth Morgan, Gelson Iezzi, Geraldo Bezerra de Moura, Gilberto Cotrim, Gloria Mendes, Guglielmo Tagliacarne, Gustavo G. Boog, H. R. Varian, Hamilton Luiz Guidorizzi, Harry Sicher, Heitor Frugoli Jr., Helen L. Bee, Hélio Alves de Azevedo, Henrique Luiz Correa, Henry Gray, Herbert de Souza, Hilário Franco Jr., Hildebrando A. de André, Hildebrando Campestrini, Humberto Theodoro Jr., Hygino H. Domingues, Idalberto Chiavenato, Ildito Oliveira Pinto, Ivan M. Roitt, Izolite Oliveira Pinho, J. G. Dangelo, James A. F. Stoner, James Fadiman, Jane Austen, Jean François Chanlat, Jeffey D. Sachs, Jeffrey P. Okeson, Joan S. Zaro, Joana Lopes, João Bosco Lodi, João do Carmo Lopes, João M. Cardoso de Mello, Joaquim Blessmann, Joel M. Charon, John B. Russell, John C. Bennett, John Crawford Adams, John H. G. Lebon, John P. Mickelvey, John Westwood, Jorge Michalany, José Carlos Costa Netto, José Carlos Marion, José de Arruda Penteado, José de Souza Martins, José Eli da Veiga, José Eustáquio Romão, José Jobson de A. Arruda, José Luiz Boldrini, José Luiz da Costa Fiori, José Maria de Sales, José Mariano Amabis, José Paschoal Rossetti, José Roberto Martins Ferreira, José Roberto Whitaker Penteado, José Rui Giovanni, José Serson, José Vicente Andrade, Juarez de Oliveira, Julio Fabrini Mirabete, Luiz Carlos Uchôco Junqueira, Karl Albrecht, Keith Davis, Keith L. Moore, Keith R. Symon, Kenneth C. Smith, Kumar Vinay, L. G. Beluzzo, L. Kathleen Nahan, Lair da Silva Loureiro, Laurence J. Gittman, Liana Maria Aureliano, Louis Althusser, Louis Leithold, Luciano Amaro, Luigi Bogliolo, Luis Antonio Sacconi, Luis Fernando Gomes Soares, Luis Fernando Pegoraro, Luis Koshiba, Luis Sergio Affonso de Andre, Luis Alberto David Araujo, Luis Antonio Nasi, Luiz C. Bresser Pereira, Luiz R. Wambier, Luiz Reynaldo de Figueredo Walter, Mahan Bruce, Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Marcelo de Paiva Abreu, Marcia A. Gomes Ruggiero, Marcos Cobra, Marcos Masetto, Marcus Claudio Acquativa, Margarida M. K. Kunsch, Maria A. Azevedo, Maria Angela D´Incao Jr., Maria Aparecida A. Pitty Vassoler, Maria Cecília Marangoni de Carvalho, Maria da Graça Nicoletti Mizukami, Maria Diva da Salete Lucena, Maria Elizabete Sampaio Prado Xavier, Maria Esther Garcia Arzeno, Maria Fernandes Cocco, Maria H. Pires Martins, Maria Helena Diniz, Maria Inês B. Soares, Maria Loyola, Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Teresa Serafini, Maria Teresa Maldonado, Marialice Mencarini, Marilena Chauí, Mariana Massami, Mario Aliguiero Manacorda, Mary Jane Paris Spink, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, Mauro Ferreira, Max Weber, Maximilianus C. A. Fuhrer, Michael E. Porter, Michael J. Pelczar Jr., Miguel Reale, Milton Almeida dos Santos, Moacir Gadotti, Moacyr Gadotti, Moacyr Amaral dos Santos, Monteiro Lobato, Muniz Sodré, Nali de Jesus de Souza, Nelson Nery Jr., Nelson Piletti, Newton Fernandes, Niguel Slack, Noboru Imura, Octavio Della Serra, Octavio Ianni, Odete Medauar, Orlando Gomes, Osni Moura Ribeiro, Oswaldo Luiz Palu, Otto Bier, Ovidio A. Baptista da Silva, Patrick J. Montana, Patrick Naughton, Paul Hirst, Paul R. Krugman, Paul Singer, Paulo A. Motta, Paulo Afonso Leme Machado, Paulo Boulos, Paulo Davidoff Cruz, Paulo Freire, Paulo Furtado, Paulo José da Costa Jr., Paulo Nader, Paulo Nozella, Paulo Roberto Tavares Paes, Pedro Dalli Nogare, Pedro Demo, Penildon Silva, Peter Bergan, Peter Block, Philip Kotler, Pierre Levy, R. E. Hall, R. Limongi França, Regina de Fátima Souza A. Bonzorno, Regis Mckenna, Renato Baumann, Renato Ortiz, Rex Montgomery, Ricardo Antunes, Ricardo de Medeiros Carneiro, Ricardo Veronesi, Richard A. Bilas, Richard Bamberger, Rick Spence, Robert D. Barnes, Robert Milton Zollinger Jr., Robert S. Pindyck, Roberto Ferreira Martins, Roberto M. Berne, Roberto Porto Simões, Roberto Rosas, Roger S. Pressman, Ron Mansfield, Ronald D. Miller, Ronaldo Luiz Dias Cereda, Ross Nelson, Rubem Alves, Rubens Requião, Russell La Fayette Cecil, S.B. Pessoa, Salvatore D´onofre, Saul Faringaus Bekin, Sebastião Sampaio, Sérgio Buarque de Holanda, Sérgio de Iudicibus, Sérgio Pinto Martins, Silvio Boraks, Silvio de Salvo Venosa, Silvio Rodrigues, Sonia Godoy B. Carvalho Lopes, Sonia M. L. Garcia, Sonia Vieira, Stanley Fisher, Stephany Griffth Jones, Stephen A. Ross, Susan J. Hall, Suzan B. Sasser, Suzane C. Smeltzer, Thomas M. Develin, Tomas S. Bateman, Tito Maragaia Peruzzo, Tom Morris, Vera Lúcia Garcia Calech, Vianna Moog, Vicente Rao, Vicente Greco Filho, Vicente Marotta Rangel.

 

Sistema de ensino apostilado e as prefeituras

No dia 14/01/02, a Folha de S.Paulo publicou artigo de Antônio Gois intitulado Redes de ensino crescem até 35% com “franquias” (ver transcrição no site da ABRALE), a respeito de assunto relevante para a educação em geral e, especificamente, para todos os autores de obras educativas.

O artigo aborda um fenômeno que vem sendo observado há algum tempo: a tentativa de impor a homogeneização do ensino básico (fundamental e médio) pela expansão de grandes grupos educacionais. Segundo o processo de franquia, os proprietários de escolas do Sul e do Sudeste comprometem-se a comprar material didático do grupo maior e exibir o nome do colégio principal, para ficar clara a parceria. Em contrapartida, aproveitam as campanhas de marketing veiculadas pelos grupos, que também garantem o projeto pedagógico, o treinamento de professores e a organização da escola.

De acordo com levantamento efetuado pelo consultor Gustavo Borges, da empresa de assessoria e investimento educacional Ideal Invest, em 1999 os nove maiores grupos do país atendiam em escolas próprias ou conveniadas 1,2 milhão dos 4,5 milhões de estudantes da rede privada em todo o Brasil, o que corresponde a 27% do total de alunos.

Apesar da queda de matrículas no setor privado de ensino fundamental e médio nos últimos sete anos, o mesmo não tem acontecido nos cinco maiores grupos educacionais em 2001: o grupo Positivo estimou um crescimento de 5%, o Objetivo (15%), o Anglo (30%), o grupo Pitágoras e sistema COC, ambos 35%.

Acentuando esse processo de homogeneização da proposta pedagógica, os grupos educacionais chegam ao setor público: o sistema COC de Ensino fará contrato neste ano com 30 prefeituras, principalmente no interior de São Paulo. Os prefeitos, além do recebimento gratuito dos livros adquiridos pelo MEC, dispuseram de parcela do orçamento municipal para a compra do material didático, por considerarem que isso representa um “diferencial de qualidade”. Como a compra do material é feita diretamente pelos municípios, os livros também não passam pela avaliação do MEC.

Convidamos os autores a lerem a íntegra do artigo no site da ABRALE (www.abrale.com.br) e a refletirem conosco a respeito de questões que merecem nossa atenção, tais como:

– mesmo sem desmerecer a eventual qualidade de algumas dessas apostilas, o que representa em termos de educação brasileira a homogeneização, que transforma o professor de cada escola em mero técnico que reproduz procedimentos indicados pelos profissionais das matrizes?

– em que medida o uso de um desses sistemas por todos os professores do município suprime a autonomia do educador na escolha do material didático com o qual quer trabalhar? Ou seja, as prefeituras compram um único sistema, sem permitir que cada professor escolha aquele que melhor atenda os seus interesses pedagógicos?

– de que maneira são elaboradas as apostilas? que elementos de originalidade elas podem garantir? a sua produção obedece às exigências da Lei de Direitos Autorais?

– em que medida a aquisição paralela do material didático desses grupos pelas prefeituras contradiz as regras do PNLD?

– o que significa manter um sistema de compra “oficial” (PNLD), quando existe um outro procedimento pelo qual são feitas escolhas paralelas que ignoram a avaliação do MEC?

Aproveitem o e.mail da ABRALE (abrale@abrale.com.br) para nos enviar sua opinião!

 

Prestando contas

Um resumo das atividades da diretoria no período dezembro de 2001 / março de 2002

De dezembro a março dizem que o Brasil pára. Não deve ser verdade. A Abrale, pelo menos, não parou (fez apenas uma pausa para retomar o fôlego),como você pode ver a seguir.

Confraternização

Em 07 de dezembro de 2001, tivemos o jantar de confraternização. Mesmo avisados um pouco em cima da hora, associados(as), esposas e maridos se fizeram presentes, produzindo um evento agradável e bem sucedido que merece bis. Veja notícia neste boletim.

Férias mínimas

A diretoria esteve em recesso no final de dezembro e início de janeiro. No entanto, já em 23 de janeiro tivemos nossa primeira reunião de 2002 e recomeçamos o trabalho.

Nossa história

Tratamos de resumir todos os documentos que a Abrale produziu, a partir de 1994, visando ao aprimoramento do processo da avaliação e à melhoria do livro didático. Os resumos, revisados pelos membros da diretoria, serão incluídos em nossa página de Internet a partir deste mês. Assim, boa parte da história da Abrale, de sua contribuição ao livro didático e de suas reações às avaliações de livros promovidas pelo MEC ficam à disposição de sócios e demais interessados.

Direitos autorais e confraternização

Organizamos, para 6 de abril, uma segunda palestra sobre direitos autorais, que será coroada por um almoço de confraternização. Outras informações você encontra neste mesmo boletim, embora já possa ter recebido o convite.

Bienal

Já providenciamos passes para livre ingresso na Bienal do Livro, os quais serão remetidos para todos os associados em breve.

Livro didático, educação e o país

Finalmente um grande projeto, acalentado desde a gestão anterior, começa a se tornar realidade. Estávamos em cerradas discussões sobre a antiga idéia do simpósio sobre livro didático, quando recebemos um convite da Abrelivros com intenções similares.

Estamos, portanto, desenvolvendo o projeto do Simpósio Educação, Livro Didático e Futuro do Brasil, grande evento que pretendemos co-produzir ainda este ano.

É importante observar que se trata de ano eleitoral. Existe a possibilidade portanto de influenciarmos positivamente as políticas públicas relativas ao livro didático, bem como o processo de avaliação, que permanece com tantos pontos negativos.

Vamos procurar obter organização impecável, debatedores de qualidade e bom nível acadêmico para produzir idéias e conhecimentos que contribuam para a educação brasileira. Os associados interessados em opinar/colaborar serão bem-vindos em nossas reuniões e poderão contatar a diretoria por e-mail.

ABDR

Continuamos membros e colaboradores da Associação Brasileira dos Direitos Reprográficos. Seguem as mais importantes notícias da ABDR no período dezembro/março:

Apesar do intenso calor, funcionários e diretores da ABDR reuniram-se, nos dias 11 e 21 de janeiro no Seminário Anual da Entidade, para avaliar o desempenho da associação, procurando detectar problemas e propor soluções, de modo a consolidá-la. Dentre as propostas, algumas procuram ampliar a atuação da entidade, hoje efetivamente restrita a São Paulo, outras, tão somente procuram enfrentar questões de curto prazo, relativas à sobrevivência financeira da própria instituição, que não têm sido poucas. Há ainda propostas, cujo caráter é eminentemente educativo, e que merecem, de cada um de nós, muito carinho: projetos de parcerias com instituições educacionais e culturais com o objetivo de educar e ampliar a conscientização sobre direitos autorais; participação efetiva da ABDR na Bienal Internacional do Livro, tanto na distribuição de material para difundir a instituição e seus objetivos, como em eventos específicos – a comissão de autores, da qual fazemos parte, está participando da definição dos temas e formatos desses eventos.

Foram agendadas reuniões próximas à época da Bienal visando à Expansão Nacional da ABDR e com os representantes do Centro Espanhol de Direito Reprográfico (CEDRO), que têm colaborado com a instituição de diversas formas, uma vez que dispõem de vasta experiência na defesa dos direitos autorais.

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