Adesão ao acordo ortográfico em escolas lusas é adiada
Lusa, 02 de setembro de 2009
Lisboa – Os manuais escolares das escolas portuguesas têm este ano o “português velho”, porque a introdução do acordo ortográfico ficou adiada para o próximo governo. As editoras afirmam desconhecer datas concretas e lembram que preparar um manual leva tempo.
Consultadas pela Agência Lusa, as editoras responsáveis pela elaboração do material didático afirmam desconhecer os planos do governo para a área, acrescentando que nenhuma indicação foi dada às editoras sobre como e quando deverão ser preparados.
As duas principais entidades responsáveis pela elaboração de manuais – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros e Grupo Leya – afirmam que só o Ministério da Educação (ME) pode esclarecer sobre a adaptação dos livros escolares.
“O Acordo Ortográfico não está introduzido na edição escolar porque isso depende de diretivas do Ministério da Educação (ME) e, que seja do conhecimento dos editores escolares, não há neste momento qualquer plano do ME para introduzir o acordo ortográfico no ensino em Portugal”, disse fonte da comissão de livros escolares da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).
Por outro lado, o Ministério da Educação esclareceu que este governo não tomou qualquer decisão sobre a introdução da nova ortografia nas escolas.
Assim, a APEL realçou que as edições de manuais continuam sendo desenvolvidas “com a grafia atual do português como o conhecemos”.
“Não sabemos em que ano letivo será introduzido o acordo ortográfico, nem sabemos em relação a que anos escolares: se será introduzido apenas no básico ou no em todos os anos letivos”, frisou.
A falta de uma decisão sobre uma data concreta poderá pôr em causa a pontualidade dos manuais, porque cada um deles “demora cerca de 18 meses a ser desenvolvido”, indicou.
“E depois a tradução para o acordo ortográfico não se refere apenas aos manuais de português, mas aos de todas as disciplinas dos 12 anos de escolaridade. Como se pode imaginar, é um esforço enorme, uma tarefa quase hercúlea”, acrescentou.
Fonte do Grupo Leya não quis fazer qualquer esclarecimento, recusando não fazer comentários.
O acordo foi ratificado por São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Brasil e Portugal.
O ministro luso da Cultura, José António Pinto Ribeiro, tinha indicado que a nova ortografia deveria ser aplicado, a nível oficial e em todos os meios de comunicação social, “o mais tardar em 1º de janeiro de 2010”.