Do UOL, em São Paulo – Desirèe Luíse – 06/03/2013
Na sala de aula, aplicativos para celulares, tablets e computadores são boas ferramentas pedagógicas e ajudam a desenvolver a autonomia dos alunos, afirmam especialistas em educação.
“O aluno é totalmente ativo ao usar um aplicativo, diferente de uma TV, que ele tem uma postura mais passiva. Os envolvidos no processo passam de consumidores a produtores de conteúdo, e a ter mais autonomia e criatividade, habilidades que serão demandadas no seu futuro profissional”, considera Romero Tori, coordenador do Laboratório de Tecnologias Interativas da USP (Universidade de São Paulo).
Os aplicativos –programas que auxiliam o usuário em determinada tarefa– já fazem parte da cultura do jovem e “a escola não pode trabalhar numa realidade desconectada daquela que o aluno vivencia”, completa.
“O recurso digital é audiovisual e pode permitir melhor visualização e interação”, analisa a professora e diretora-executiva do Instituto Educadigital, Priscila Gonsales.
Aplicativos para celulares, tablets e computadores podem ser ferramentas pedagógicas para inovar o aprendizado. Especialistas da educação indicam oito aplicativos para revolucionar as aulas. Brincando com Ariê traz atividades lúdicas para escrever as primeiras palavras e fazer contas simples. Indicado para alunos do 1º ano do ensino fundamental. A dica é de Priscila Gonsales, diretora-executiva do Instituto EducadigitalReprodução
Como usar
“O livro não deve ser a única fonte para o professor, no entanto os aplicativos não podem substituir uma boa metodologia de trabalho”, destaca Priscila. Também é preciso constante intermediação dos educadores para garantir um bom uso dos aplicativos.
“A utilização deve ser feita de forma contextualizada com o conteúdo que se está trabalhando. Ao invés de pedir para um aluno desenhar um cartaz sobre um determinado tema, pode usar um aplicativo para desenvolver algo interessante que ele possa colocar nas redes sociais, para ser curtido pelos seus amigos”, indica Tori.
Inclusive para avaliar os resultados, é importante que o professor pense quais objetivos quer alcançar e crie indicadores que permitam observar o processo educativo dos alunos como um todo.
Transpondo barreiras
“No Brasil, os professores têm certa resistência em incorporar novas tecnologias. A sala de aula ainda é o lugar de desligar o celular”, afirma Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, que publicou um guia com dez recomendações políticas e 13 motivos para usar celular dentro da sala de aula.
Para o gerente de design do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, H. D. Mabuse, os professores encontram dificuldades em dialogar com esses aplicativos. No entanto, o que parece um entrave pode ser uma “oportunidade de construir uma relação mais “plana” com os estudantes, e trazê-los para o papel de protagonistas dessa mudança na aula, já que eles estão mais acostumados com tal tecnologia”, aponta.
* Com informações do Porvir
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