Sumário:
O que fazem os autores de livros educativos?
Como um profissional de educação se torna um autor?
Você é um autor de livros didáticos?
Por que os autores precisam de representatividade?
O que é o PNLD?
Como os editais do PNLD impactam a produção de materiais didáticos?
Como a Abrale atua na defesa do PNLD?
Como os editais do PNLD impactam a produção de materiais educativos?
O que são metodologias ativas?
O que é transdiciplinaridade?
Autores de livros educativos podem atuar junto à política pública?
O que fazem os autores de livros educativos?
Autores de livros didáticos são profissionais que atuam, direta ou indiretamente, tanto no Ensino Básico quanto na produção de pesquisa científica, já que, para compor suas obras, necessitam conhecer o tema sobre o qual tratam, assim como dominar a didática de sua área de conhecimento.
Dessa maneira, os autores criam pontes entre o conhecimento já constituído pela ciência e os estudantes em formação articulando discursos, promovendo reflexões e, acima de tudo, oferecendo apoio aos alunos e aos professores para a construção de novas trilhas de conhecimento.
Para a composição de livros didáticos atuais e relevantes, os autores vivem em permanente pesquisa. No diálogo com outros autores, editores, colaboradores e diferentes equipes de professores, eles
- definem currículos,
- estabelecem objetivos didáticos,
- elaboram estratégias metodológicas para a aprendizagem,
- sugerem diferentes tipos de avaliação e
- apontam aos seus leitores teorias e linhas de pesquisa potentes para a formação dos discentes.
Para aperfeiçoar sua atuação, a Abrale necessita da ampliação do seu quadro de associados, cuja participação nas assembleias enriquece os debates e busca de soluções para problemas da categoria.
Como um profissional de educação se torna um autor?
Os autores de livros didáticos são autores professores, isto é, tornaram-se autores devido ao interesse em compartilhar as experiências e práticas pedagógicas desenvolvidas no cotidiano da vida escolar.
Alguns começam o trabalho colaborando na preparação, edição e leitura crítica de coleções de outros autores, já outros são convidados a integrar as equipes que escrevem coleções interdisciplinares produzindo material específico de um componente curricular. Muitos começam concebendo orientações pedagógicas, sequências didáticas e avaliações para compor materiais complementares de uma coleção de livros didáticos ou paradidáticos.
O trabalho com a concepção de livros didáticos, no entanto, traz novos desafios e aprendizados aos autores, tais como:
- buscar sempre o diálogo com as novas gerações de estudantes e professores,
- trabalhar de forma colaborativa na construção dos textos e atividades,
- manter-se atualizado com relação aos conteúdos e métodos de sua disciplina,
- conhecer as políticas públicas que orientam os processos educacionais e
- conciliar nossa perspectiva de boas práticas pedagógicas e aquelas demandadas pelos documentos normativos que orientam a produção dos matérias didáticos.
Para aperfeiçoar sua atuação, a Abrale necessita da ampliação do seu quadro de associados, cuja participação nas assembleias enriquece os debates e busca de soluções para problemas da categoria.
Você é um autor de livros didáticos?
Como temos comentado por aqui, escrever material didático é um trabalho muito específico, complexo e pouco reconhecido pela sociedade. Mas nem sempre foi assim.
O trabalho autoral foi durante décadas realizado por conhecidos professores que atuavam em escolas de renome e nas salas abarrotadas dos cursinhos. Eles concebiam, em sua prática escolar, métodos, recortes de conteúdos e atividades que eram publicadas nos livros, com a finalidade de compartilhar suas experiências pedagógicas bem sucedidas com os colegas. No ambiente editorial, esse trabalho intenso acabava transformando professores em escritores, porém eles mantinham o diálogo constante com docentes, acompanhando a realidade escolar que se transforma a cada geração.
A concepção de educação mudou completamente na última década, exigindo dos autores conhecimentos pedagógicos e reflexões teórico-metodológicas originais. O trabalho autoral hoje pressupõe uma qualificação que extrapola a de ser um professor de excelência. Outras mudanças impactaram a produção desses materiais, tais como as políticas públicas para educação e seus regramentos e o crescimento exponencial do trabalho que envolve a produção de uma coleção de livros educativos. As produções adquiriram um caráter de trabalho colaborativo, em que professores de diferentes componentes curriculares atuam em grandes equipes coordenadas muitas vezes por editores que nem sempre têm experiência de sala de aula, mas com conhecimentos dos processos de edição, especialmente os que envolvem as obras participantes do PNLD.
As novas metodologias de ensino, as transformações tecnológicas e a necessidade da comunicação com uma geração, que aprende e produz conhecimento mediada pela linguagem digital, trouxeram para a produção de livros didáticos profissionais com variadas formações e perfis diversos que hoje são indispensáveis em nossas equipes.
Por que os autores precisam de representatividade?
A produção de livros didáticos exige dos autores consolidada experiência na prática educativa, longas horas de dedicação à pesquisa sobre seu objeto de estudo, além de constantes atualizações sobre a didática de sua disciplina. Dessa maneira, seu foco de trabalho é elaborar conteúdos educativos que dialogam com estudantes, professores e, em outro plano, mas não menos importante, gestores escolares. Seu trabalho é essencialmente reflexivo e quase sempre solitário. Ao longo do processo, surgem coautorias, editores e colaboradores que estabelecem interlocuções para o enriquecimento do resultado final.
Entretanto, todo esse trabalho é sempre atravessado por outras demandas:
- a legislação vigente e as mudanças nas regras sobre direitos autorais e nos contratos firmados com as editoras, como as cláusulas específicas sobre tempo de duração, publicações em diferentes plataformas e valor de Direitos Autorais, por exemplo. Com o advento das plataformas digitais e múltiplas formas de compartilhamento de conteúdos didáticos, há a necessidade de o autor ter mais atenção e conhecimento sobre regras e legislação.
- a necessidade de o autor interpretar e compreender profundamente os editais do Programa Nacional do Livro e do Material Didático, o PNLD, além de saber quais são os desdobramentos decorrentes de emendas que surgem ao longo da produção.
Por isso, atualmente se faz mais necessário que o autor estabeleça diálogo direto e aberto com seus pares. A Abrale é este espaço de encontro, a instituição apoia os autores nas diferentes demandas profissionais. Ela promove rodas de conversa sobre os mais variados temas ligados à produção de livros didáticos, sobre a legislação vigente, o PNLD e as transformações que esses programas promovem na produção de conteúdos didáticos. Na Abrale, a comunidade de autores compartilha experiências e dúvidas.
Ademais, a entidade estabelece interlocução com editoras e, mais diretamente, com o MEC e outras instâncias reguladoras da produção de conteúdos didáticos. A diretoria da associação, está em diálogo constante com técnicos e dirigentes do Ministério da Educação e com a ABRELIVROS, Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional, para a formulação de propostas, atuando assim, firmemente na proposição das políticas públicas para a produção de materiais didáticos.
O que é o PNLD?
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático, o PNLD, é responsável por disponibilizar obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio a todos os componentes curriculares, “de forma sistemática, regular e gratuita às escolas públicas de educação básica das redes federal, estaduais, municipais e distrital e também às instituições de educação infantil comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público”, conforme está descrito pelo MEC.
Desde 2017, o programa inclui em seu escopo outros materiais de apoio à prática educativa tais como: obras pedagógicas, softwares, jogos educacionais, materiais de reforço e correção de fluxo, de formação de professores e também destinados à gestão escolar.
A execução do PNLD é realizada através de editais publicados no Diário Oficial da União a cada ano, que estabelecem os critérios técnicos e pedagógicos para a elaboração dos materiais atendendo de forma alternada os quatro segmentos: educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio.
Embora as primeiras ações governamentais voltadas à distribuição de material didático no Brasil tenham acontecido ainda no Estado Novo, com a fundação do Instituto Nacional do livro (INL) em 1937, o programa, da forma como acontece hoje, foi criado em 1985 e tem sido aprimorado desde então. Nele cabe ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE, entre outras atribuições, estabelecer ações educativas, atuar eticamente para a implementação de políticas públicas para a educação, administrar a distribuição dos livros para todo o país. À Secretaria de Educação Básica, a SEB, cabe estabelecer as orientações pedagógicas e coordenar a avaliação dos materiais, ficando ao cargo das editoras e dos autores a concepção e a produção das obras.
Como os editais do PNLD impactam a produção de materiais didáticos?
Os editais do PNLD publicados a cada ano trazem demandas políticas e pedagógicas que impactam de forma constante a produção dos materiais didáticos. Inicialmente transformações acontecem nos livros destinados à escola pública, mas ao longo dos anos, podem ser assimiladas também pelo material usado nas escolas privadas.
Nas últimas décadas os materiais se transformaram radicalmente. Um exemplo marcante aconteceu em 2003, com a promulgação da lei 10.639 que estabeleceu o ensino obrigatório de relações étnico-raciais e da história e cultura afro-brasileira e africana, que em 2008 foi alterada pela lei 11.645 incluindo a obrigatoriedade da história e culturas indígenas brasileiras. O impacto dessa demanda no processo de ensino e aprendizagem brasileiro foi lento, porém enorme. Movimentou os campos de pesquisa acadêmicas, mudou o rumo da produção de conhecimento dentro das universidades e acarretou uma mudança estrutural nos materiais didáticos, trazendo visões críticas aos processos de colonização e à cultura eurocêntrica, tão naturalizada até o final do século XX na educação básica.
Diversas demandas foram acrescentadas através dos editais aos conteúdos escolares na última década, tais como: a educação ambiental, o respeito aos direitos da criança e do adolescente, educação alimentar e nutricional, respeito e valorização do idoso, e o enfretamento do preconceito de gênero e da violência contra a mulher, retirados do último edital.
A rígida avaliação a que os materiais concebidos para o PNLD são submetidos garantem o cumprimento dessas exigências nos livros de todas as disciplinas. A partir de 2018, com a aprovação da BNCC – Base Nacional Curricular Comum, a mudança nos materiais didáticos foi ainda mais acentuada, não apenas no que se refere a novos conteúdos como pensamento computacional, manipulação dos recursos digitais, mas principalmente, nas metodologias de trabalho em sala de aula.
O PNLD 2024 já anuncia os livros digitais endereçados às séries finais do Ensino Fundamental. Deste modo, tem sido grande e dinâmico o desafio posto aos autores a cada ano.
Como a Abrale atua na defesa do PNLD?
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático é uma política pública que envolve a gestão de órgão públicos e a participação de empresas privadas do setor editorial numa complexa trama de trabalho extremamente regulado, normativo e ao mesmo tempo criativo em que vultuosos investimentos são realizados para garantir que os materiais educativos destinados às escolas públicas brasileiras tenham qualidade pedagógica, técnica e mantenham-se atualizados com relação aos conteúdos e as metodologias.
Nesse contexto, a Abrale atua:
- Em defesa de avaliações das obras didáticas inscritas no programa acompanhando os processos a fim de garantir que sejam feitas com base em critérios claros e objetivos, pautada pelos documentos oficiais vigentes que norteiam os currículos da educação básica, nomeadamente a LDB e BNCC.
- Em relação às metodologias, a Abrale defende a oferta de obras com variadas concepções pedagógicas e metodológicas visando atender à diversidade de realidades escolares do país e permitindo aos professores escolher com autonomia aquela que melhor atenda ao contexto escolar em que atua e à sua prática pedagógica
A Abrale mantém diálogo constante com os órgãos gestores do programa com objetivo de observar o cumprimento das regras estabelecidas e manter seus associados atualizados das mudanças apresentadas a cada novo edital.
Para aperfeiçoar sua atuação, a Abrale necessita da ampliação do seu quadro de associados, cuja participação nas assembleias enriquece os debates e busca de soluções para problemas da categoria.
Como os editais do PNLD impactam a produção de materiais educativos?
Os editais do PNLD publicados a cada ano trazem demandas políticas e pedagógicas que impactam de forma constante a produção dos materiais didáticos. Inicialmente transformações acontecem nos livros destinados à escola pública, mas ao longo dos anos, podem ser assimiladas também pelo material usado nas escolas privadas.
Nas últimas décadas os materiais se transformaram constantemente. Um exemplo marcante aconteceu em 2003, com a promulgação da lei 10.639 que estabeleceu o ensino obrigatório de relações étnico-raciais e da história e cultura afro-brasileira e africana, que foi alterada pela lei 11.645, em 2008, incluindo a obrigatoriedade da história e culturas indígenas brasileiras. O impacto dessa demanda na educação brasileira foi lento, porém enorme. Movimentou os campos de pesquisa e produção de conhecimento dentro das universidades e acarretou uma mudança estrutural nos materiais didáticos, trazendo visões críticas aos processos de colonização e à cultura eurocêntrica, tão naturalizada até então na educação básica.
Outras demandas foram acrescentadas através dos editais aos conteúdos escolares na última década, tais como: a educação ambiental, o respeito aos direitos da criança e do adolescente, educação alimentar e nutricional, respeito e valorização do idoso, e o enfrentamento do preconceito de gênero e da violência contra a mulher, retirados do último edital.
A rígida avaliação a que os materiais concebidos para o PNLD são submetidos garantem o cumprimento dessas exigências nos livros de todas as disciplinas. A partir de 2018, com a aprovação da BNCC – Base Nacional Curricular Comum, a mudança nos materiais didáticos foi ainda mais acentuada, não apenas no que se refere a novos conteúdos como pensamento computacional e recursos digitais, mas principalmente, nas metodologias de trabalho em sala de aula.
O PNLD 2024 já anuncia a chegada dos livros digitais na escola. Deste modo, tem sido grande e dinâmico o desafio posto aos autores a cada ano.
O que são metodologias ativas?
A juventude contemporânea já não se aprisiona em modelos de aprendizagem fechados e rígidos. Hoje o adolescente recebe incontáveis informações pela internet ao longo de seu dia, o que o torna um sujeito hiper conectado. Além disso, dadas as funcionalidades dos aparelhos celulares, eles ainda produzem conteúdo que circula entre diferentes comunidades virtuais. Nesse contexto cabe à escola apoiar os estudantes no desenvolvimento de estratégias para a seleção de informações e no aprimoramento de uma visão crítica e criativa sobre o conteúdo que acessam massivamente e que produzem, em geral, diariamente.
As metodologias ativas consistem em um modo de ensinar que visa colocar o estudante no centro do processo de aprendizagem. Utilizam estratégias de ensino que favorecem a autonomia do aluno frente ao conhecimento secularmente construído e estimulam a constante produção de conhecimento.
Na prática, isso se concretiza por meio de planejamentos de aulas em que o aluno é convocado a pesquisar, resolver problemas abstratos ou concretos e, principalmente, mobilizar seus saberes já adquiridos para promover de forma colaborativa novos conhecimentos.
Um bom exemplo é a aula invertida. Nesse caso, o professor oferece uma bibliografia sobre um tema a ser estudado pelos alunos previamente. Eles devem ler os materiais oferecidos e fazer anotações a serem compartilhadas em aula. Dessa maneira, o professor atua como mediador entre os alunos, ajudando-os na formulação de ideias e sínteses e apoiando a atuação autônoma dos jovens.
Outro exemplo é a aprendizagem baseada em projetos. Nesse caso, os estudantes são convidados a observar e analisar situações em que se podem identificar problemas. Individualmente ou em grupos, eles pesquisam informações sobre as condições geradoras do problema, buscam conhecimento teórico, técnico e científico para sua resolução e planejam ações para sua dissolução. Devem, ainda, conceber modos de comunicar as etapas de trabalho e as soluções encontradas para o problema inicial. Assim eles mobilizam os conhecimentos adquiridos previamente, associam novos saberes e apresentam através de variadas linguagens em plataformas físicas ou virtuais o que aprenderam ou as ações que formularam.
As metodologias ativas são aquelas experimentadas na prática, a depender das condições de cada comunidade escolar, por isso é importante que os professores se apropriem das propostas oferecidas pelos autores de conteúdos didáticos e que haja diálogo e compartilhamento de aprendizagens entre estes profissionais.
O que é transdiciplinaridade?
Vivemos um tempo de crise global e em um sistema em que produção e consumo crescem de forma acelerada. Alimentados pela energia fóssil, assistimos ao esgotamento dos recursos naturais, à poluição das águas e do ar, à crescente concentração de renda, à automação de muitos setores produtivos, e à ameaça da mudança do regime climático da terra. Um cenário de grande complexidade está posto para o futuro das crianças e adolescentes que estão hoje em idade escolar.
Nós, educadores, nos perguntamos: Como preparar a próxima geração para enfrentar tantos desafios? Que processos educativos podem promover aprendizagens que capacite nossas crianças para viver no século XXI?
Filósofos e pedagogos apontam, há algumas décadas, que uma educação mais significativa, que promova a colaboração e a transdiciplinaridade podem contribuir para a mudança radical que o mundo precisa. Neste sentido, algumas propostas têm tomado força nas políticas voltadas para educação:
- A promoção de uma educação integral, que desenvolva todas as dimensões do estudante: a intelectual, a física, a social, a ética, a afetiva, a moral e a simbólica.
- O estímulo ao pensamento crítico, ao pensamento científico e ao pensamento criativo.
- E por fim, uma abordagem que perpasse as diferentes áreas de conhecimento com o objetivo de evitar a fragmentação disciplinar.
A criança aprende a conhecer o mundo de forma disciplinar, classificando, nomeando e analisando os variados conteúdos que lhe são apresentados na escola, porém são poucas as oportunidades que ela tem de fazer a síntese destes conhecimentos. As metodologias transdisciplinares, como os projetos integradores, que partem de problemas da vida real, são uma forma a superar a fragmentação do conhecimento, propondo processos de ensino e aprendizagem colaborativos, nos quais os estudantes são orientados por professores com formações distintas.
Mas atenção! Trabalhar de forma transdisciplinar não significa abrir mão das especializações e dos variados campos de conhecimento, mas sim potencializar a síntese para promover a compreensão do todo, para confrontar as formas incompletas de conhecer o mundo e, desse modo, revelar as causas imbricadas das crises que estamos vivendo.
Autores de livros educativos podem atuar junto à política pública?
Vivemos um tempo desafiador para a educação pública no Brasil. Pesquisas mostram que o ensino remoto emergencial implementado como consequência da pandemia causada pelo coronavírus abalou os laços do estudante do ensino básico com a escola. Soma-se a esse cenário de crise o enfraquecimento das instituições públicas em governos que vêm promovendo significativos cortes de verbas para educação e o consequente fortalecimento das organizações privadas.
Os autores de livros didáticos estão sujeitos em seu trabalho a todos esses acontecimentos e sentem os impactos das transformações que têm surpreendido a categoria em variados aspectos da sua atuação: nas relações com os professores e com a prática pedagógica, na condução do gerenciamento dos programas de compra de livros pelo Estado, nas regras dos editais, na relação com as editoras e até no cotidiano do trabalho editorial.
Quando nos reunimos numa associação civil e sem fins lucrativos como a Abrale, promovemos a interlocução dos autores de livros educativos com os órgãos governamentais visando reduzir estes impactos. O processo de produção das obras envolve intenso diálogo entre os associados, e é através dessa troca de diferentes pontos de vistas que podemos ampliar, por exemplo, o entendimento das consequências de uma mudança nos editais do PNLD nas variadas áreas do conhecimento ou, ainda, avaliar a condução das práticas editoriais de diferentes empresas envolvidas no processo de produção do livro didático.
Convocando a participação dos autores nas discussões e na construção de documentos que são protocolados nos órgãos governamentais a Abrale promove a atuação dos autores nas políticas públicas educacionais do país.