Para Mauro Villar, diretor do Instituto Antônio Houaiss e coautor do dicionário “Houaiss”, a agilidade do “Oxford” se deve ao fato de a lexicografia (técnica de feitura de dicionários) da língua inglesa ser mais avançada do que a da portuguesa.
“Depois de terem estudado a língua desde as suas origens, eles podem se dar ao luxo de fazer esse tipo de pesquisa, sobre termos muito recentes”, diz ele, que, sem tom pejorativo, vê o anúncio recente do dicionário inglês como uma jogada de marketing para atrair o público jovem.
Assim como no “Oxford”, porém, a grande maioria dos verbetes mais novos do “Houaiss” é ligada à tecnologia e à ciência, segundo Villar.
Mais velozes –e menos rigorosos– são os dicionários on-line alimentados pelos próprios usuários, como o Urban Dictionary(especializado em gírias) e o Wikcionário(mais formal).
Marcelo Muniz, cofundador do Dicionário inFormal, voltado a gírias e expressões regionais, considera seu site “um complemento e uma alternativa ao tradicionalismo” e diz que ele que evolui para se tornar um dicionário completo.
“Ele possui cada vez mais definições formais, porém trazidas de uma maneira mais acessível, mais próxima do entendimento dos usuários.”
O diretor do Instituto Antônio Houaiss não considera que sites como o Dicionário inFormal sejam concorrentes das obras de referência tradicionais –pelo contrário.
“A soma de nós todos é que faz com que a língua fique mais bem conhecida. Mesmo que se faça um dicionário sem nenhuma preocupação de dizer o que está errado ou qual é a origem das palavras, isso ajuda porque é uma forma de estudar o idioma.”