O Estado de São Paulo – 08/04/2013
Ferramenta ajuda alunos de escolas parceiras; versão com todos os recursos em português ficará pronta em 2014
A plataforma digital de educação Khan Academy está ajudando crianças de São Paulo e do Paraná a aprender matemática. A ferramenta foi adaptada para o português pela Fundação Lemann, que a levou a 271 salas de aula de escolas públicas parceiras. A entidade capacitou os professores e monitora os resultados do uso da academia virtual criada pelo norte-americano Salman Khan.
Agora, a fundação trabalha na tradução de todos os recursos da plataforma. A meta é liberar o acesso gratuito à versão nacional no início de 2014. “Queremos incorporar à ferramenta recursos de formação para que professores de todo o País possam utilizar a Khan Academy com suas turmas”, diz o diretor executivo da Lemann, Denis Mizne.
Mais de 400 videoaulas de matemática já estão disponíveis em português no site fundacaolemann.org.br/khanportugues. Outras 600 serão traduzidas este ano – a fundação quer cobrir todo o conteúdo de matemática do 1.º ao 5.º ano do ensino fundamental, além de tópicos de física, química e biologia do ensino médio e também programação.
A versão atual da plataforma, fechada para os colégios parceiros, permite aos alunos do 3.º ao 5.º ano assistir aos vídeos e resolver exercícios. A participação de cada um é registrada em relatórios enviados em tempo real ao professor. Com os dados em mãos, ele pode identificar o grau de aprendizado da classe, planejar melhor as aulas e acompanhar de perto quem tem dificuldade em avançar no conteúdo.
“Os alunos se concentram mais. A ferramenta e a possibilidade de aprender pelo computador deixam a matemática atraente”, diz a professora Andréia de Andrade, da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Saramago, no Capão Redondo, zona sul.
Aplausos. Na semana passada, a reportagem acompanhou a primeira aula da turma C do 4.º ano da José Saramago com a Khan Academy. Andréia explicou as funcionalidades da plataforma e liberou o acesso dos 35 alunos aos exercícios.
Alguns aplaudiram a chance de testar a ferramenta nos netbooks emprestados da Lemann. Camile da Silva Santos, de 10 anos, era uma das mais participativas. “Meu desempenho vai melhorar”, aposta. No fim da aula, mais aplausos e a pergunta: quando será a próxima aula de matemática? / C.L.