Hachette ensaia volta ao Brasil
28 de janeiro de 2012 – Agência Estado
Maria Fernanda Rodrigues
Na última Feira de Frankfurt, Arnaud Nourry, presidente da Hachette, comentou que só é possível uma editora estrangeira sobreviver no mercado brasileiro se ela fizer livro didático. Por isso, comprou 50% da Escala Educacional em 2007. A experiência foi infeliz, o negócio foi desfeito e na partilha, a operação brasileira da Larousse, uma das queridinhas do grupo, ficou com a Escala. Lá mesmo na feira, ele comentou que o programa de compras do Governo é transparente mas político, o que diminui a chance de uma francesa ser selecionada. Arrematou dizendo que não tinha interesse nenhum em voltar ao País tão cedo. Mas eis que a história muda de figura. A Pearson, número 1 no mundo no ranking das editoras, comprou no fim de 2011, através da Penguin, 45% da Companhia das Letras, uma boa vendedora de obras para o Governo, já com a ideia de ampliar a presença das duas nas escolas. A Europa e os Estados Unidos estão em crise. O Brasil tem 192 milhões de habitantes e um mercado leitor ainda por se formar. Mandou, então, que a Anaya, sua editora que é líder no segmento educacional da Espanha, e com representação na América Latina, fosse a São Paulo e ao Rio essa semana para conversar com possíveis interessados em uma parceria com o 6.º maior grupo editorial do mundo. Mas nem só as exclusivamente didáticas, ou com total DNA brasileiro, foram procuradas. Uma paulistana com best-sellers na área de negócios e autoajuda, por exemplo, está entre as sondadas. Quem edita obras gerais e se aventura no lucrativo segmento de didáticos também estava na lista de visita. A Hachette já tem parte de uma editora na Rússia e uma subsidiária na Índia, onde publica em inglês, e fez uma recente joint-venture na China. Agora, só falta voltar ao Brasil e ir à África do Sul para estar em todos os países emergentes.