Fonte: O Globo Online 18 de novembro de 2014
Especialistas divergem sobre os benefícios do ensino da letra cursiva
Existe maneira correta de ensinar uma criança a escrever? Muitas são as discussões sobre qual é a letra mais indicada no início do aprendizado da escrita. Especialistas se dividem entre o que estimula mais o cérebro e o que teria reprodução mais fácil e que, portanto, agilizaria o aprendizado. Mas não é apenas a forma que provoca divergência de opinião. A influência da tecnologia, tão presente na vida das pessoas, abre um precedente para questionar o quanto ainda se escreve à mão.
Nos Estados Unidos, uma proposta nacional tende a abolir o ensino da letra cursiva. O movimento Common Core State Standarts surgiu no país em 2011 e já conseguiu a adesão de 43 dos 50 estados. As escolas americanas agora podem escolher se vão ensinar letra cursiva, letra de forma, a combinação de ambas ou até mesmo nenhuma delas.
No Rio, as opiniões se dividem: as escola públicas deixam ao professor a escolha de qual letra aplicar, mas recomendam o ensino da letra de forma, de mais fácil reprodução para o aluno.
João Batista de Oliveira, especialista em educação e presidente do Instituto Alfa e Beto, critica a ação:
— É muito estranho que a escola pública no Brasil tenha abandonado o hábito de ensinar a caligrafia.
Segundo especialistas, escrever à mão desenvolve a coordenação motora, aumenta a ativação do cérebro e melhora o desempenho em todas as disciplinas. Mas tem ganhado cada vez menos adeptos no ensino moderno.
— Estudos a partir da década de 1980 mostram que a letra de forma (ou de imprensa) é de mais fácil aprendizado no início do processo de alfabetização — argumenta Cristina Lima, gerente do ensino fundamental da prefeitura do Rio. — Temos defendido a necessidade de se trabalhar com essa letra porque a encontramos com mais facilidade e, principalmente, por ser uma letra de mais fácil reprodução para a criança.