Publicação: 06/02/2013 – Estado de Minas
O professor José Francisco Soares, da Faculdade de Educação da UFMG, avalia que esses casos mostram uma realidade que será escancarada a partir do ano que vem, quando a universidade deverá reservar pelo menos 25% das vagas. Para ele, à medida que aumentar a quantidade de cotistas, aumentará também a diferença entre as notas. Na avaliação do professor, neste primeiro ano, a entrada da nata da escola pública, que ele aposta serem os alunos dos colégios técnicos federais, já era esperada. Por isso, pouco se altera por agora. “Estamos mudando apenas a forma de denominar esse aluno. Antes, os primeiros colocados ganhavam bônus. Agora, são cotistas”, afirma.
MEC APERTA REGRAS PARA MEDICINA
A criação de cursos de medicina no Brasil só será autorizada, a partir deste ano, em cidades predefinidas pelo Ministério da Educação e depois de uma seleção de proposta via editais. Faculdades particulares de medicina terão que ser criadas, prioritariamente, em regiões onde há estrutura médica – como hospitais e atendimentos de emergência – mas não existem cursos de medicina suficientes. Antes, novos cursos e a ampliação de vagas eram autorizados pelo MEC levando em conta critérios de qualidade. Há 70 pedidos, totalizando mais de 6 mil novas vagas. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a maioria deverá ser indeferida, por não se enquadrar nos critérios estabelecidos pelo MEC.
Cadeira reservada
Entenda a política de cotas da UFMG
– Os candidatos disputam vagas em cinco modalidades, pela as quais optam previamente. Passam aqueles que tiverem as melhores notas em cada uma delas, de acordo com o número de vagas reservado.
– Quem opta por uma das quatro modalidades das cotas – que somaram 13,67% das vagas no Vestibular 2013 – e não consegue passar pode disputar na livre concorrência. Nesse caso, só são beneficiados se a nota mínima para ser aprovado pela reserva de vagas for maior que a nota mínima para a livre concorrência.
MODALIDADE 1
Alunos que cursaram o ensino médio integralmente em escola pública e se declararem negros, pardos ou indígenas, que também tenham renda familiar mensal de até 1,5 salário mínimo per capita.
MODALIDADE 2
Alunos que cursaram o ensino médio integralmente em escola pública e que tenham renda familiar mensal de até 1,5 salário mínimo.
MODALIDADE 3
Alunos que cursaram o ensino médio integralmente em escola pública e se declararem negros, pardos ou indígenas e que tenham renda familiar mensal superior a 1,5 salário mínimo per capita.
MODALIDADE 4
Alunos que cursaram o ensino médio integralmente em escola pública e que tenham renda familiar mensal superior a 1,5 salário mínimo per capita.
LIVRE CONCORRÊNCIA
Todos os candidatos, inclusive aqueles que optaram pela reserva de vagas, mas não tenham se classificado pela cota.
Desempenho
Os cursos nos quais os cotistas foram melhores e as notas mínimas para aprovação
Ciência da computação
Modalidade 1 – 152,1163
Modalidade 2 – 179,4900
Modalidade 3 – 165,0186
Modalidade 4 – 194,0023
Livre concorrência – 145,3577
Enfermagem
Modalidade 1 – 142,8475
Modalidade 2 – 117,3002
Modalidade 3 – 148,6359
Modalidade 2 – 146,1689
Livre concorrência – 114,9053
Física diurno
Modalidade 1 – 117,3860
Modalidade 2 – 162,0934
Modalidade 3 – 133,5178
Modalidade 4 – 120,0082
Livre concorrência – 103,9825
Cursos nos quais os cotistas foram piores
Direito diurno
Modalidade 1 – 165,1475
Modalidade 2 – 154,0575
Modalidade 3 – 174,8135
Modalidade 4 – 183,3215
Livre concorrência – 175,6136
Arquitetura e urbanismo diurno
Modalidade 1 – 127,9528
Modalidade 2 – 150,6109
Modalidade 3 – 137,9201
Modalidade 4 – 167,3750
Livre concorrência – 150,6599
Engenharia aeroespacial
Modalidade 1 – 159,5248
Modalidade 2 – 181,6756
Modalidade 3 – 178,5217
Modalidade 4 – 209,5533
Livre concorrência – 182,8792