Terra Educação – 04 de Junho de 2013
No Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama, no bairro Partenon, em Porto Alegre, os professores do ensino médio passaram pela formação em maio e já estão com os tablets. Em uma das salas que o professor Guy Barcellos leciona biologia às turmas de ensino médio, o wi-fi não tem alcance. A vontade de colocar o equipamento em prática é tanta que o docente tem usado o próprio 3G para conectar a internet e usar o aparelho com os alunos.
“Ainda são necessárias adaptações, como acontece na implementação de qualquer novidade. Certamente, já é uma etapa vencida, pois conecta o professor e oferece muitos recursos” Guy BarcellosProfessor da rede estadual
O interesse de Barcellos pela tecnologia não é de hoje, e antes de receber o tablet da secretaria, o professor já utilizava o próprio equipamento para levar outros conteúdos aos estudantes. Para o docente, um dos principais usos do dispositivo será para a apresentação multimídia de materiais em sala de aula – quando a instituição puder comprar o cabo para conectar o aparelho ao projetor. “Ainda são necessárias adaptações, como acontece na implementação de qualquer novidade. Certamente, já é uma etapa vencida, pois conecta o professor e oferece muitos recursos”, avalia.
“A secretaria entregou o tablet, agora, a forma como ele será usado fica sob responsabilidade da escola”, diz Ricardo Agliardi, vice-diretor do Paulo da Gama. Ele ressalta que a pasta estadual deixou os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs), que realizam as formações de docentes, à disposição para qualquer consulta necessária. Para Agliardi, ainda não é possível avaliar o uso dos tablets em sala de aula, mas prospecta que, em um ano, eles já estejam sendo utilizados em seu potencial máximo. Como não existe um recurso específico para essa infraestrutura, a escola vai investir aos poucos para suprir as novas demandas com o uso dos tablets. Ele relata que a aceitação entre os professores foi grande, mas que ainda falta familiaridade com o dispositivo.
Evelyn Rios, 17 anos, é estudante do 2º ano do instituto. Ela acredita que o uso de tablet pode envolver alunos na aula e tornar os conteúdos mais práticos. “É legal para vermos projetos de fora de escola, termos acesso a informações que normalmente não teríamos”, acrescenta. Agliardi idealiza que, em um futuro distante, cada aluno terá o próprio aparelho para acompanhar as aulas.
A Secretaria da Educação do Estado afirma que uma das providências em andamento na rede estadual de ensino é a realização de obras nas escolas para qualificar a infraestrutura de rede, uma ação do RS Mais Digital – Projeto Província de São Pedro. “É claro que o ideal seria termos esta rede já em funcionamento, mas estamos em processo, incluindo a possibilidade de instalação de antenas em locais de maior dificuldade de recebimento do sinal”, indica comunicado da pasta.
Segundo a secretaria, “as mudanças tecnológicas ocorrem em uma velocidade muito grande e que a caminhada para a qualificação dos espaços não tem como acompanhar esta velocidade”, mas o processo já foi iniciado em 1 mil escolas para disponibilizar reestruturação da rede elétrica e internet, além de outras melhorias.
Iniciativa é apoiada por docentes
No Rio Grande do Sul, os professores só podem utilizar o equipamento após passarem pela formação de oito horas que ensina como utilizar o tablet tecnicamente. De acordo com Maria Lúcia Pinto, coordenadora pedagógica do projeto Província de São Pedro, a qualificação será continuada, inclusive no que diz respeito à aplicação pedagógica. As formações tiveram início no dia 1º de abril.
Na Escola Estadual de Ensino Médio Almirante Barroso, também na capital gaúcha, os professores já foram capacitados, mas os tablets ainda não estão conectados, pois o wi-fi não tem capacidade para todos os dispositivos. Maria Eloísa Nunes, professora de literatura e português na instituição, elogia a formação realizada. Segundo ela, além da parte tecnológica, surgiram discussões e ideias de como e quando usar o dispositivo em sala de aula. Para a professora, a iniciativa é essencial para atualizar o professor e aproximá-lo do contexto em que os alunos se inserem. “Os estudantes estão conectados e ficaram muito curiosos com a novidade na escola. Quadro e giz estão desatualizados”, acrescenta.
Professor da Escola Estadual de Ensino Médio Agrônomo Pedro Pereira, Tiaraju Guerra também aprova a iniciativa, mas ressalta que o treinamento deve ser permanente e constante. “Tenho dificuldade em mexer no aparelho, meu filho me ajuda. Tenho 50 anos e na minha idade há limite de aprendizagem. Mas, sem dúvidas, será ótimo, porque vai servir de impulso para os professores que não estão nesse universo aprenderem”, diz.
Distribuição e capacitação
Em Minas Gerais, os professores também devem receber capacitação contínua, de acordo com a Secretaria de Educação do Estado. Equipes regionais da pasta estão participando de formações para repassar os conhecimentos para os docentes de cada região. Até o final do ano, professores de ensino médio de 2.189 escolas estaduais estarão com seus tablets e capacitados para utilizar o dispositivo em sala de aula. Os aparelhos começam a ser distribuídos em junho.
No Distrito Federal, os 5 mil professores do ensino médio devem ter acesso ao aparelho até o final do ano, e 3 mil já estão com o tablet em mãos desde o dia 21 de maio. Os docentes passarão por uma capacitação de 90 horas, sendo 12 horas presenciais. Na ocasião da entrega dos dispositivos, o governador, Agnelo Queiroz, indicou que, em uma etapa futura, pretende estender o material também aos estudantes. A rede pública do DF conta com 86 escolas de ensino médio, que atendem 83 mil alunos.
Capacitar o corpo docente é ótimo!
Fazer uso de tecnologias se faz indispensável!
Porém acredito que tecnologia tem que estar aliada a praticidade de acesso.
A implementação deveria começar completa: com aparelhos de Tablet, Internet acessível e capacitação. Além do suporte de manutenção de aparelhos.
usar seus dados, comprar material, usar seu dinheiro para melhorar ou fazer uma prática diferente é muito comum nas escolas, pois a maioria não tem condições de dar o que o professor precisa, sem verbas o professor acaba usando do próprio bolso
Eu gosto muito de trabalhar com os crome book.