Bom Dia Brasil – Edição do dia 09/04/2013
A ideia é fazer com que cada criança aprenda matemática no seu ritmo e avance nas lições sem dúvidas.
Como tornar o ensino da matemática mais atraente? Uma escola do Rio de Janeiro, localizada em uma das maiores favelas da cidade, levou computadores e jogos para as salas de aulas. Essa e outras experiências foram discutidas no Transformar, o Seminário Internacional de Educação Inovadora, realizado pela Fundação Lemann e o Inspirare Porvir.
Aquele conceito de sala de aula que você conhece mudou. Pelo menos em uma escola municipal no coração da Rocinha, uma das maiores comunidades da América Latina. Nela, os 180 alunos do 7º ao 9º ano aprendem juntos.
Para cada grupo, há um professor. Os estudantes recebem um computador portátil ou um tablet. “Fica tudo mais fácil pelo computador”, afirma a estudante Stephanie Severo
Pelo equipamento eletrônico, leem as disciplinas, fazem os exercícios e também podem consultar sites sugeridos pelos educadores. Todos os acessos são monitorados.
Quando o assunto é matemática, nada de “monstro de sete cabeças”. Muitas equações são resolvidas com a ajuda de alguns joguinhos permitidos em aula. “Tem vídeos, jogos explicando a matéria”, conta a estudante Gabriela Valéria de Brito.
O modelo é semelhante ao da ONG americana New Classrooms. A metodologia vem tomando conta das escolas públicas de Nova York. A ideia é fazer com que cada criança aprenda matemática no seu ritmo e avance nas lições sem dúvidas.
“Nos últimos 150 anos, temos tentado inovações. Novos textos, computadores no fundo da sala, salas de aula de diferentes tamanhos. Estamos tentando descobrir a maneira mais eficiente para atender às necessidades de cada aluno”, diz um dos fundadores da ONG, Joel Rose.
Na Rocinha, as avaliações também são digitais, uma acontece toda semana. A cada dois meses há uma outra prova que vale ponto. Isso não quer dizer que o lápis e o papel foram esquecidos. Muitas questões de múltipla escolha são resolvidas de forma tradicional e depois a resposta é marcada no computador.
“O objetivo desse novo modelo é personalizar 100% o processo de aprendizagem para a necessidade e o estilo de cada um. É um modelo que precisa ganhar escala, não pode ficar em uma escola só”, diz o subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais Rafael Parente.
Yuri Alves está de olho na Olimpíada Brasileira de Matemática, em junho. Joguinhos, vídeos com questões da última prova, chats com professores virtuais. Com o computador em sala de aula, o menino sonha em ir mais longe.
“Tudo se baseia na matemática, até ciências. Eu quando crescer quero ser designer, criar jogos. Para isso, eu tenho que entender bem essas coisas”, explica o estudante.