PORVIR – 05/04/13 – DA REDAÇÃO
Tem cheiro de empreendedorismo no ar. A primeira parte de um estudo que pretende mapear as áreas de oportunidades para startups de educação foi apresentada ontem, durante o Transformar. Realizado a partir de uma parceria entre o Instituto Inspirare e a Potencia Ventures, o relatório “Oportunidades no Setor de Educação para Negócios Focados na População de Baixa Renda” deve ser finalizado até junho, mas já aponta alguns indícios importantes das configurações do setor. “Estamos conseguindo verificar demandas que não estão sendo atendidas de modo adequado e, ainda, um panorama com muitas possibilidades de negócios”, afirma Carolina Aranha, consultora de investimentos e empreendedorismo do Inspirare.
Primeiro, a boa notícia. Existe um movimento emergente de startups em educação. A prévia do estudo está considerando jovens empresas mapeadas pelos principais fundos de investimentos, aceleradoras, educadores, escolas da rede pública e privada e mais de 70 empreendedores que se inscreveram para participar do pitch do Transformar. Na ocasião, oito empreendedores tiveram cinco minutos para defender seus projetos a uma banca de especialistas e investidores. O volume de inscritos em menos de duas semanas surpreendeu os organizadores do pitch e ofereceu insumos à pesquisa. “Foi uma surpresa positiva e vibrante, principalmente pela rapidez com que conseguimos mobilizar muitas startups que não estavam no nosso radar”, afirma Carolina.
O objetivo do estudo, realizado pela consultoria Prospectiva, é mapear os mercados de São Paulo, Rio, Minas, Bahia, Alagoas e Pernambuco, entendendo suas dores, necessidades e oportunidades educacionais, especialmente em relação às classes C, D e E. O estudo considera um mapeamento total de aproximadamente 200 startups. O evento já apresentou uma prévia dos segmentos de atuação dos 70 empreendimentos inscritos.
Apesar desse cenário apresentar diferentes níveis de maturidade de empresas, a maior concentração delas está no grupo que trabalha com tecnologia. “Há uma grande concentração em soluções tecnológicas, entre as quais destacam-se a oferta de cursos complementares e objetos educacionais, como os portais e games. Isto aparece não só no resultado da classificação das iniciativas identificadas, como nas conversas com especialistas do ramo”, afirmou Alberto Bueno, consultor da Prospectiva responsável pelo estudo.
Mais detalhadamente, o estudo propôs uma divisão de duas grandes categorias, com e sem tecnologia, em seis áreas comuns:
– gestão administrativa e educacional;
– formação de professor e metodologias de ensino;
– infraestrutura;
– desenvolvimento de cursos e produção de ferramentas educacionais;
– financiamento; e
– acesso à informação.
Dentro da análise das 70 startups, a área com mais atuação, seja com ou sem tecnologia, é a dedicada ao desenvolvimento de cursos e à produção de ferramentas educacionais. Outras três também recebem maior atenção dessas iniciativas: gestão administrativa e educacional, formação de professor e metodologias de ensino. As áreas de infraestrutura e acesso à informação não tiveram representantes.
Ao distribuir as startups em todas essas categorias, o estudo procurou identificar lacunas de atuação – que podem se tornar oportunidades de negócio – e as áreas que mais atraem empreendedores e que, portanto, devem atender a alguma demanda imediata. “Ao final do projeto, a lacuna poderá ser vista como oportunidade, a não ser que identifiquemos entraves regulatórios ou outras barreiras de entrada”, afirmou Bueno.