Estado de Minas – 25/01/2014
É preciso diminuir o tempo de televisão, computador e videogame
Está enganado quem pensa que basta se movimentar no horário da educação física para deixar o sedentarismo. O endocrinologista Rodrigo Nunes Lamounier recomenda investir não apenas em aulas programadas, mas incluir na rotina atividades de recreação que geram gasto energético e cultivar pequenos hábitos como subir um lance de escada e caminhar até a padaria. Em resumo, é preciso diminuir o tempo de televisão, computador e videogame. “Não há remédio com tantos benefícios”, garante. Além de promover saúde, investir em atividade física melhora o rendimento escolar.
Lamounier entende que é importante respeitar o desejo dos filhos. “É fundamental gostar do que se faz. Se a menina quer jogar futebol, não insista em levá-la para o balé. Por outro lado, eles precisam aprender a ter persistência e a noção de colher os frutos a longo prazo.” Para as crianças mais novas, ele recomenda exercício físico disfarçado de brincadeira. Já na fase da adolescência, a escolha vai depender da estrutura física e do talento. Independentemente da decisão, ele destaca que o esporte dá noção de disciplina, superação, definição de metas, autoconhecimento, autoestima, confiança e aprender a perder, aspectos muito importantes na idade escolar.
O estudante Gabriel Barreto Aramuni, de 13 anos, não consegue mais se imaginar sem exercício físico. “Acho que a minha vida voltaria a ser chata e sedentária.” Acima do peso, ele ficava o dia todo na frente do computador e quase não saía de casa. Na atual rotina de Gabriel, não podem faltar as aulas de circuito funcional, spinning e dança. “Estou mais centrado nos estudos, assisto às aulas com mais ânimo, sempre com a expectativa de ir para a academia à noite”, justifica. Em menos de um ano ele emagreceu 10 quilos.
De acordo com o educador físico Túlio Marcondes de Carvalho, os exercícios aumentam o número de neurônios, ajudando na memorização do conteúdo aprendido em sala de aula. Professor da Academia Floresta Fitness, ele diz que crianças podem fazer musculação, desde que sejam acompanhadas de perto, pois uma carga excessiva pode atrapalhar o crescimento. Na fase em que o currículo escolar é mais puxado, ele observa que os estudantes costumam abandonar a atividade física. “Passar muito tempo sem se exercitar pode dar ganho de peso, encurtamento de articulações e diminuição da qualidade do sono”, alerta.