Karina Yamamoto – Do UOL, em São Paulo – 18/08/2015
Para eles, o abandono do Pnaic é mais preocupante que o cancelamento da ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização) por parte do governo federal.
“A ANA avalia o Pnaic, mas ele não precisa dela para acontecer”, analisa Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e blogueiro doUOL. “Ele [o Pnaic] está parado porque o MEC está desarticulado. Em parte, é reflexo do próprio governo.”
Pilar Lacerda, diretora da Fundação SM e ex-secretária de Educação Básica do MEC, também acha que o programa precisa de mais ênfase por parte do governo. “A Provinha Brasil faz bem o papel de provocar a reflexão do professor sobre seu trabalho”. Por isso, o cancelamento da ANA não traz tanto prejuízo. “Eu me preocupo mais com o esfriamento do Pnaic.”
Segundo Lacerda, não houve continuidade dos esforços e faltou “mais empenho do MEC e das prefeituras”.
Cara observa que o cancelamento da ANA pode ser uma boa oportunidade de repensar a avaliação: “Ela tem inúmeros problemas. Deveria ser amostral e ser melhor discutida com as redes para fazer sentido pedagógico”. Além disso, argumenta, “falta um calendário de divulgação de resultados. Eles devem ser distribuídos para a sociedade”.
Segundo o MEC, em 2013 participaram do Pnaic 5.420 municípios, 27 estados e o Distrito Federal; em 2014, houve a adesão de mais 77 municípios, o que gerou um total de 313 mil professoras alfabetizadoras e mais de 15 mil orientadores de estudo participantes. Ainda de acordo com a pasta, o nvestimento total nos anos de 2013 e 2014 chega a R$ 1,7 bilhão.